'Desigualdade precisa inspirar indignação', diz Lula na ONU; veja discurso na íntegra
Presidente brasileiro fez o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações UnidasO presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou grande parte de seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta 3ª feira , para falar sobre desigualdade."O mundo está cada vez mais desigual", disse ele.
O presidente brasileiro citou um"turbilhão de crises" em que a comunidade internacional está mergulhada: pandemia, crise climática, insegurança alimentar e energética, tensões geopolíticas. Há vinte anos, ocupei esta tribuna pela primeira vez. E disse, naquele 23 de setembro de 2003:"Que minhas primeiras palavras diante deste Parlamento Mundial sejam de confiança na capacidade humana de vencer desafios e evoluir para formas superiores de convivência". Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade.
É preciso antes de tudo vencer a resignação, que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno natural. Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo. A mais ampla e mais ambiciosa ação coletiva da ONU voltada para o desenvolvimento - a Agenda 2030 - pode se transformar no seu maior fracasso. Estamos na metade do período de implementação e ainda distantes das metas definidas. A maior parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável caminha em ritmo lento. O imperativo moral e político de erradicar a pobreza e acabar com a fome parece estar anestesiado.
Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com altas taxas de emissões de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado. Não é por outra razão que falamos em responsabilidades comuns, mas diferenciadas.
O princípio sobre o qual se assenta o multilateralismo - o da igualdade soberana entre as nações - vem sendo corroído. Nas principais instâncias da governança global, negociações em que todos os países têm voz e voto perderam fôlego. Quando as instituições reproduzem as desigualdades, elas fazem parte do problema, e não da solução.
O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias. Seu legado é uma massa de deserdados e excluídos. Em meio aos seus escombros surgem aventureiros de extrema-direita que negam a política e vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas. Muitos sucumbiram à tentação de substituir um neoliberalismo falido por um nacionalismo primitivo, conservador e autoritário.
A este caso se somam a persistência da crise humanitária no Haiti, o conflito no Iêmen, as ameaças à unidade nacional da Líbia e as rupturas institucionais em Burkina Faso, Gabão, Guiné-Conacri, Mali, Níger e Sudão. Na Guatemala, há o risco de um golpe, que impediria a posse do vencedor de eleições democráticas.
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