Em depoimento recente a um comitê das Nações Unidas em Nova York, Tanya Haj Hassan não conseguiu conter as lágrimas ao relatar sua experiência como voluntária num hospital em território palestino
A pediatra Tanya Haj-Hassan examina uma criança ferida no Hospital Al Aqsa Martyrs em Deir al Balah, centro de Gaza.para ensinar medicina. No entanto, nada havia preparado a médica americana para a dimensão do que veria na região nos últimos 14 meses.em Nova York, Haj-Hassan não conseguiu conter as lágrimas ao relatar sua experiência como voluntária em um hospital na região central de Gaza.
Mais de 11 mil pessoas continuam desaparecidas, presumivelmente sob os escombros, segundo a Defesa Civil Palestina. Em Gaza, vemos recém-nascidos, idosos, mulheres, homens, famílias inteiras. É muito claro que Israel está matando os palestinos em Gaza de forma indiscriminada, por meios violentos, mas também por meio da fome, das doenças e das condições deliberadamente criadas para que a vida se torne insustentável.
É puro trauma. Honestamente, nem consigo encontrar palavras para descrever o que vi. Não consigo imaginar como essas pessoas processam o que está acontecendo com elas. Provavelmente tinha uma hemorragia em algum lugar, talvez no cérebro. Morreu na mesa enquanto tentávamos reanimá-lo. BBC Mundo - Você se referiu especialmente aos ataques contra os trabalhadores da saúde em Gaza. A Organização Mundial da Saúde informou em outubro que, desde 7 de outubro de 2023, cerca de 1.000 profissionais de saúde foram mortos em Gaza.Mas, desde outubro do ano passado, os profissionais de saúde têm morrido em números recordes. Foram mortos, feridos, presos ilegalmente.
Há um excepcionalismo em relação aos palestinos e seus direitos. E isso não começou em outubro do ano passado.Em muitos veículos de imprensa tradicionais, as crianças palestinas nunca são tratadas como crianças, mas as israelenses são.Os palestinos morrem passivamente por alguma causa desconhecida, nunca são assassinados ativamente por um autor identificado. É realmente chocante.
BBC - A senhora disse na ONU que, algum dia, "alguém desenterrará esses testemunhos" e "teremos que enfrentar o que aconteceu". Pode explicar isso?Existe um tratado chamado Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio.Falhamos em prevenir o genocídio. E não me refiro apenas a outubro do ano passado.Dois terços da população de Gaza são refugiados de outras partes da Palestina.
"Na sociedade civil estamos cansados de mentiras, de hipocrisia, de propaganda, da tentativa de justificar o injustificável".
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