Cobertura no país aumentou, mas desigualdades regionais, de cor e raça puxam falta de rede sanitária para uma a cada quatro pessoas
Novos dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística , revelam que 49 milhões de brasileiros ainda não têm sistema de esgoto adequado. A proporção corresponde a 24,3% da população do país, com desigualdades relacionadas a questões regionais, de raça e cor.
"Esse panorama está ligado à distribuição regional dos grupos, com presença maior da população de cor ou raça preta, parda e indígena no Norte e Nordeste, regiões com menor infraestrutura de saneamento.
Também há um percentual de 13,2% de pessoas que adotaram soluções individuais consideradas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico como "fossa séptica ou fossa filtro", não ligadas à rede de esgoto.Considerando as três formas adequadas segundo o Plansab , ou seja, quem vivia em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica, os valores foram de 59,2% em 2000, 64,5% em 2010 e 75,7% em 2022.
"Entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, pois demanda uma estrutura mais cara do que os demais. O Censo 2022 reflete isso, mostrando expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo", explica.